quarta-feira, 21 de outubro de 2009

A Ancora


Quando um dançarino rodopia, a única forma de não perder o equilíbrio é fixar com os olhos e a cabeça, um ponto, rodando a cabeça quando a rotação do corpo o faz perder esse ponto, de forma a minimizar o espaço de tempo sem ponto de referência. Assim corpo e cabeça rodam a velocidades diferentes e a existência de um ponto de referência mantêm o equilíbrio. Há muito tempo li uma história de dançarinos que usavam o espaço, sem gravidade e sem ponto de referência próximo, sem limites. A diferença é brutal na medida em que a dança se desenrolava num ambiente que não obedecia aos pressupostos usuais: os movimentos tradicionais e habituais eram impossíveis e a dança adquiriu novas coreografias e novas perspectivas de visualização (Raios não me lembro qual era a truque para manterem o equilíbrio). No SL, precisamos de manter um ponto de referência, em princípio ligado à nossa estrutura de valores. A questão que se coloca é se, assim, não estamos a reproduzir pressupostos da vida real ou, qual os que deveremos ou poderemos abandonar de forma a perspectivar um espaço completamente diferente. A resposta é simples e não linear: cada um abandona ou não alguns ou nenhum desses pressupostos e as perspectiva que tem do sl são dessa forma desenhadas, resultando numa multiplicidade rica e globalizante.

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